Sabe o que são as ODS e de quais formas abraçamos o conceito no âmbito educacional?
Com práticas pedagógicas voltadas à sustentabilidade, a Primeira Infância da Liga Solidária amplia o compromisso de proteger o meio ambiente dentro e fora da escola
Apesar de reunir apenas três letras, ODS é uma sigla que significa muito. Explicamos: a abreviação para o termo Objetivos de Desenvolvimento Sustentável faz parte de um pacto assinado por 193 países, incluindo o Brasil, durante uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.
Conhecido como Agenda 2030, esse plano global reúne 17 objetivos e 169 metas para proteger o meio ambiente, promover o crescimento sustentável e acabar com a pobreza em todo o mundo até o ano de 2030. Além do escopo nacional, aqui no Brasil, Estados e Municípios também se organizam de modo a contemplar as necessidades específicas de cada local.
Diante disso, todas a unidades educacionais que compõem a Primeira Infância da Liga Solidária desenvolvem uma série de ações conectadas aos ODS. Em outras palavras, bebês, crianças, famílias e profissionais participam de vivências e experiências que priorizam o brincar de maneira sustentável. Uma conduta que contribui (e muito) para um processo de desenvolvimento ainda mais rico nos primeiros anos de vida.
Segundo Clayton Azevedo, coordenador pedagógico do CEI Yanni, integrar o ODS às práticas pedagógicas é fundamental para disseminar uma educação que preze pela sustentabilidade. “Com todas as questões ambientais que enfrentamos devido à diferentes situações no que se refere a falta de cuidado ambiental em todo o nosso planeta, é muito importante que famílias e crianças possam compreender que não precisamos de excesso de brinquedos industrializados para que possam brincar, interagir e se desenvolver, nós da Liga Solidária temos como premissa que o que faz de fato a diferença é mais presença e menos presentes”, explica.
Para o especialista, romper esse olhar capitalista, de que é preciso comprar para brincar, é o primeiro passo. Depois, é importante trabalhar iniciativas que abracem o conceito dos três “Rs” da sustentabilidade, ou seja, reciclar, reutilizar e reduzir. Isso faz todo o sentido no ambiente educacional.
“Quando apresentamos algo que não está pronto, a criança precisa imaginar e entrar em um mundo de faz de conta, e isso auxilia o seu desenvolvimento integral e a criatividade é despertada e colocada em prática pelos bebês e crianças em nossos Centros de Educação Infantil. Afinal, tudo pode ser construído”, complementa Clayton Azevedo.
Já deu para perceber que os ODS, de fato, estão totalmente alinhados com os trabalhos e projetos da Primeira Infância da Liga Solidária. “No horário em que a criança entra já tem uma lixeira de coleta seletiva e na hora de ir embora vamos todos juntos apagar as luzes. Aqui trabalhamos com alguns ODS mais específicos, que são os de número 3, 4, 5 e 17 (“saúde e bem-estar”, “educação de qualidade”, “igualdade de gênero” e “parcerias e meios de implementação”, respectivamente.)”
Como isso influencia o cotidiano pedagógico? Semanalmente, bebês e crianças dos nossos Centros de Educação Infantil vão aos parques e/ou para nossas áreas verdes para brincar com elementos da natureza, como por exemplo: galhos, pinhas e folhas. Periodicamente são feitos passeios para locais abertos que cada território proporciona. Além disso, alguns objetos, a exemplo de potes de plástico que as famílias não usam mais, panelas e outros objetos são reaproveitados e utilizados como brinquedos. Organizamos em nossos espaços contextos investigativos nos quais os bebês e crianças podem interagir com elementos que a natureza nos oferece, com materiais de largo alcance utilizando cada vez menos os brinquedos industrializados.
Ampliar esse olhar para além dos Centros Educacionais Infantis (CEIs) é outra premissa fundamental para a Primeira Infância da Liga Solidária. Por isso, grande parte dessas intervenções são ensinadas as famílias.
Fora os encontros com as famílias previstos no calendário anual dos CEIs, as unidades também promovem oficinas de construção de brinquedos e passeios ao ar livre em praças e parques aos finais de semana.
“Nós só conseguimos sair dos muros da escola se contemplarmos as famílias também”.
Em todos esses momentos em que estamos com elas, falamos sobre a importância da Educação para o desenvolvimento sustentável. As crianças levam esse conhecimento para casa, mas se a família tiver conhecimento do que está acontecendo e como pode ser feito, consegue fazer a expansão de uma de uma forma mais efetiva e alavancar o conceito para frente”, conclui Clayton Azevedo.