Jornada de descobrimento
A magia do brincar para produzir cultura
Quando a criança passa a fazer parte das Unidades de Educação Infantil da Liga Solidária, ela é, de fato, vista como um ser único. Diante disso, mobilizamos um processo de conhecimento para que não apenas professoras e professores, mas também toda a equipe de apoio e cozinha, compreendam que bebês e crianças são pensantes e que é preciso entender e ter sensibilidade para escutar suas expressões, desejos e necessidades. É assim que passamos a magia do brincar para produzir cultura.


“A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano. A principal meta da educação é criar pessoas que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram.”
Jean Piaget – psicólogo e epistemólogo
Professor pesquisador
Olhar atento e específico para as infâncias.
Inspirado por educadores referência como: António Nóvoa, Bruna Ribeiro e Francisco Imbernón – pesquisadores da infância – o conceito de professor pesquisador está alinhado à escuta, observação e reflexão do fazer pedagógico, preocupados em desenvolver um olhar sensível e direcionado ao desenvolvimento integral de bebês e crianças. Um olhar que respeita e observa atentamente o ritmo e a identidade de cada um.
Práticas pedagógicas
Uma brincadeira, mil aprendizados.
Ao tatear um cesto cheio de objetos, o bebê investiga, sente texturas e cheiros, ouve sons e desperta seus sentidos. Ao escutar uma história, aprende a se comunicar, a escutar e adquirir aprendizagens diversas. Uma simples caixa de papelão é um convite para a construção, para despertar a criatividade e a imaginação.
Alinhamento E Acolhimento às Famílias
Apresentamos, refletimos e alinhamos todo projeto pedagógico de todas as Unidades Educacionais a partir dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento de bebês e crianças. O projeto também acolhe e envolve as famílias atendidas em diferentes momentos de escuta e aproximação, além de se estender para toda a comunidade.
Processo De Formação Continuada
Planejado para ampliar o conhecimento de todas as equipes. Com um acompanhamento mais aprofundado do nosso plano de formação, asseguramos o alinhamento pedagógico entre as unidades a partir dos objetivos e direitos de aprendizagem de bebês e crianças.




“É preciso uma aldeia inteira para cuidar de uma criança.”
Provérbio africano

1. Formação com a coordenação pedagógica
Em parceria com Patrícia Nunes, supervisora de Formação Continuada, as coordenadoras e coordenadores pedagógicos, fazem observações sistemáticas das práticas pedagógicas. O objetivo é que os coordenadores contribuam com o fazer pedagógico de professoras e professores, orientando e mediando seus planejamentos, avaliações e reflexões sobre as práticas educativas. Assim, é possível intervir de maneira significativa, buscando refletir sobre as ofertas por meio de um olhar sensível para o bebê e a criança.
2. Formação com professoras e professores
Para orientar professoras e professores sobre suas práticas pedagógicas, semanalmente esse grupo se reúne com o coordenador Pedagógico em um processo formativo e reflexivo. Reflexivo porque a dinâmica se constrói a partir da observação crítica da prática desenvolvida. O coordenador orienta a professora e o professor, a observar, registrar, avaliar e planejar as experiências cotidianas para qualificar os ambientes de interação e aprendizagens.
3. Jornada pedagógica
“As reflexões sobre a formação teórica e a prática dos educadores precisam ser baseadas na participação ativa e efetiva de todos os atores presentes no ambiente educativo.”
(António Nóvoa, professor e pesquisador na área da educação)
É um momento oportuno que reúne a equipe educativa (professoras, professores, auxiliares de enfermagem, equipes de apoio, cozinha e gestão) para compartilhar e refletir sobre as práticas realizadas com os bebês e crianças. Também amplia-se os saberes para ressignificar a prática pedagógica e promove aprendizagem e desenvolvimento para todos os envolvidos na ação educativa. A partir das necessidades específicas de cada unidade educativa, a equipe reflete sobre as melhorias e pontos de atenção necessários para a continuação do trabalho. Quando todas as pessoas que interagem com bebês e crianças valorizam as culturas infantis, o trabalho flui com a qualidade desejada.
4. Temas
Os processos são sempre orgânicos e adaptáveis a cada contexto e cenário de atuação, alinhados ao Currículo da Cidade e a Base Nacional Comum Curricular de Educação Infantil (BNCC), entre outros. São cinco os temas matriz que priorizamos, que servem como base para os conteúdos do Processo Formação Continuada.
5. Formação da gestão
A equipe gestora é responsável pela gestão educacional, plano de trabalho, questões pedagógicas, acompanhamento do Projeto Político Pedagógico, formação continuada das equipes, articulação do conselho escolar, sistematização e avaliação das práticas pedagógicas e dos indicadores de qualidade, envolvimento da comunidade educativa e fortalecimento da rede de apoio, implementação de ações de saúde e bem-estar, entre outros.
6. Cuidado como currículo
Para nos aproximarmos do objetivo de oferecer uma educação de qualidade para a primeira infância, as ações do Processo de Formação Continuada estão voltadas para a escuta, o diálogo, o acolhimento e a valorização da afetividade na relação entre adultos e crianças. Trabalhamos o cotidiano com foco na saúde e promoção do bem-estar individual e coletivo, na construção de hábitos e procedimentos pela criança e com a criança, e nos cuidados com o ambiente.
7. Parceria com as famílias e a comunidade educativa
Para ampliar o impacto positivo da Primeira Infância, é necessário a sistematização de boas práticas que envolvam famílias e comunidade educativa na construção do Projeto Político Pedagógico, com foco nas brincadeiras, interações e culturas infantis.
8. Reflexão sobre a prática
Refletir sobre a efetividade dos fazeres pedagógicos, alinhar o que for necessário no planejamento e compartilhar saberes são práticas do processo da formação continuada. A estrutura da formação é planejada estrategicamente com escuta ativa, análise de registros, socialização e sistematização de práticas, trocas de experiências e avaliação dos processos.
9. Avaliação
Com concepção totalmente atrelada à prática, cada encontro formativo gera um plano de ação baseado nas discussões. Recomenda-se que a coordenação pedagógica registre as próprias observações e o planejamento de suas intervenções junto às professoras e professores. Esse conteúdo é reavaliado periodicamente.
A ideia presente no imaginário social de que ‘criança é criança, só muda de endereço’ é equivocada e precisa ser questionada, pois o endereço e o cenário sócio-histórico-cultural das crianças influenciam de forma direta e permanente as formas de viver as infâncias e produzir sua identidade. (Currículo Integrador da Infância Paulistana/2015)